2003/06/30
Livros: O maior mentiroso do mundo
Não, não é um livro sobre um político da actualidade, nem sequer sobre o presidente de um país tão grande que se deu ao luxo de atacar outro por causa de umas armas de destruição maciça que parece que se recusam a aparecer... Também não é um livro sobre algum gestor mais ou menos célebre, nem sobre as narrativas que se encontram de forma mais ou menos inspirada para justificarem decisões injustificáveis. É, isso sim, um livro sobre um homem chamado Baudolino, capaz de mentir com tanta convicção que as suas mentiras se tornam realidade... Ou quase.
Baudolino é o romance mais recente de Umberto Eco. Passa-se no virar do século XII para o século XIII, com as cruzadas, a primeira queda de Constantinopla e as constantes lutas do Sacro Império Romano com as suas rebeldes cidades italianas por pano de fundo. Baudolino é um personagem curioso. De origens humildes, filho de camponeses, consegue (nem ele próprio sabe como) cair nas boas graças do Imperador Frederico Barbarroxa, que o adopta como filho. Uma coisa leva a outra e entre os estudos em Paris, a descoberta da poesia e a sua paixão proibida pela embaixatriz, ele desenvolve cada vez mais uma capacidade tão extraordinária para mentir que mais parece criar, ele próprio, a sua realidade. É assim que acaba por conduzir Frederico na demanda do mítico reino cristão do oriente, a terra do Pestes João, com base numa carta que ele próprio, Baudolino, tinha escrito.
É depois de ter vivido tudo isto que começamos por o encontrar. Baudolino surge entre as ruínas fumegantes da cidade mais bela do mundo, Constantinopla, para salvar da fúria saqueadora dos cruzados Niceta Coniates, um historiador bizantino. Enquanto o mantém escondido e o reúne à sua família, Baudolino conta-lhe a história da sua vida. E a razão de ser dessa narrativa é, acima de tudo, a busca de uma sentido que Baudolino pressente mas que lhe escapa. E desde Peer Gynt (tal como Henrik Ibsen o reinventou) que a literatura não conhecia um mentiroso tão fascinante...
Baudolino é o romance mais recente de Umberto Eco. Passa-se no virar do século XII para o século XIII, com as cruzadas, a primeira queda de Constantinopla e as constantes lutas do Sacro Império Romano com as suas rebeldes cidades italianas por pano de fundo. Baudolino é um personagem curioso. De origens humildes, filho de camponeses, consegue (nem ele próprio sabe como) cair nas boas graças do Imperador Frederico Barbarroxa, que o adopta como filho. Uma coisa leva a outra e entre os estudos em Paris, a descoberta da poesia e a sua paixão proibida pela embaixatriz, ele desenvolve cada vez mais uma capacidade tão extraordinária para mentir que mais parece criar, ele próprio, a sua realidade. É assim que acaba por conduzir Frederico na demanda do mítico reino cristão do oriente, a terra do Pestes João, com base numa carta que ele próprio, Baudolino, tinha escrito.
É depois de ter vivido tudo isto que começamos por o encontrar. Baudolino surge entre as ruínas fumegantes da cidade mais bela do mundo, Constantinopla, para salvar da fúria saqueadora dos cruzados Niceta Coniates, um historiador bizantino. Enquanto o mantém escondido e o reúne à sua família, Baudolino conta-lhe a história da sua vida. E a razão de ser dessa narrativa é, acima de tudo, a busca de uma sentido que Baudolino pressente mas que lhe escapa. E desde Peer Gynt (tal como Henrik Ibsen o reinventou) que a literatura não conhecia um mentiroso tão fascinante...
2003/06/25
Gestão: Fórmulas mágicas para liderar?
Liderança, liderança, liderança... Numa altura de vacas magras, todos os gestores querem saber como extrair um melhor desempenho dos seus colaboradores sem aumentar despesas. Na sua edição de Abril deste ano, a Harvard Business Review publicou um artigo com o título "Tipping Point Leadership", da autoria de W. Chan Kim e Renée Mauborgne, que promete nada menos do que ensinar quem o leia a mudar radicalmente uma organização num período curto de tempo e sem aumentos orçamentais. Os autores, ambos professores no INSEAD, em Fontainebleau, recorrem para isso aos exemplos que Bill Braxton deixou quando liderou os corpos de polícia de Boston e de Nova Iorque. Será um exemplo replicável? Fiquei com dúvidas.
Os autores explicam o sucesso de Braxton com base na teoria dos pontos de viragem ("tipping points"), importada da epidemiologia. A teoria explica-se depressa. Se numa organização as vontades e energias de uma massa crítica de pessoas forem mobilizadas, a conversão para uma nova ideia vai-se espalhar como se se tratasse de uma epidemia e a mudança acontece rapidamente. Braxton parece ter conseguido isso em quatro patamares sucessivos. Primeiro, dirigindo a atenção dos subordinados para problemas operacionais concretos. Depois, redistribuindo os recursos existentes em favor das áreas mais necessitadas e com maior potencial de mudança. Em seguida, motivando as pessoas chave colocando-as sob a atenção de toda a organização. Por último, sabendo enfrentar interesses instalados e outros opositores políticos através de alianças inteligentes.
O artigo é profusamente ilustrado com feitos do comissário de polícia, exemplificando a forma como conseguiu atingir os seus objectivos em cada uma das quatro vertentes. O tom é geralmente épico e heróico, a leitura é agradável e as situações fazem pensar. Qual é, então, a razão de ser das minhas dúvidas? É demasiado fácil construir retrospectivamente narrativas que encontrem motivações grandiosas e intenções visionárias nas acções de responsáveis por organizações. Analisando o seu género literário, quase toda a literatura de gestão cai na categoria da narrativa épica. Mas que detalhes foram excluídos na construção da história? E como se pode dar o carácter de "fórmula para o sucesso" a acções que só foram possíveis no seu contexto concreto de espaço, tempo e relações? Ainda assim, a leitura crítica deste artigo vale claramente a pena porque aponta para questões importantes e porque faz pensar.
Os autores explicam o sucesso de Braxton com base na teoria dos pontos de viragem ("tipping points"), importada da epidemiologia. A teoria explica-se depressa. Se numa organização as vontades e energias de uma massa crítica de pessoas forem mobilizadas, a conversão para uma nova ideia vai-se espalhar como se se tratasse de uma epidemia e a mudança acontece rapidamente. Braxton parece ter conseguido isso em quatro patamares sucessivos. Primeiro, dirigindo a atenção dos subordinados para problemas operacionais concretos. Depois, redistribuindo os recursos existentes em favor das áreas mais necessitadas e com maior potencial de mudança. Em seguida, motivando as pessoas chave colocando-as sob a atenção de toda a organização. Por último, sabendo enfrentar interesses instalados e outros opositores políticos através de alianças inteligentes.
O artigo é profusamente ilustrado com feitos do comissário de polícia, exemplificando a forma como conseguiu atingir os seus objectivos em cada uma das quatro vertentes. O tom é geralmente épico e heróico, a leitura é agradável e as situações fazem pensar. Qual é, então, a razão de ser das minhas dúvidas? É demasiado fácil construir retrospectivamente narrativas que encontrem motivações grandiosas e intenções visionárias nas acções de responsáveis por organizações. Analisando o seu género literário, quase toda a literatura de gestão cai na categoria da narrativa épica. Mas que detalhes foram excluídos na construção da história? E como se pode dar o carácter de "fórmula para o sucesso" a acções que só foram possíveis no seu contexto concreto de espaço, tempo e relações? Ainda assim, a leitura crítica deste artigo vale claramente a pena porque aponta para questões importantes e porque faz pensar.
2003/06/24
Psicologia: A situação é desesperada, mas não é grave...
É este o título do livro mais provocador de Paul Watzlawick, psiquiatra e professor na Stanford University. "The situation is hopeless, but not serious" é uma ajuda muito séria para todos os que estiverem realmente interessados em ser infelizes. Não se ria... O assunto é mesmo muito sério.
E como é que sabe se este livro lhe deve interessar? É fácil. Vê o passado como se contemplasse um paraíso perdido? Está convencido que os semáforos só ficam vermelhos para si? Depois de sair de uma relação infeliz encontra um novo parceiro exactamente igual ao anterior? Se respondeu que sim a pelo menos uma destas perguntas então está no caminho certo para a infelicidade e este livro pode ser uma ajuda preciosa. Depois de perceber como cada pessoa consegue ser o pior inimigo de si próprio, pode tornar-se num inimigo ainda mais temível. Ou pode escolher fazer o contrário...
Watzlawick usa um sarcasmo refinadíssimo ao longo deste brevíssimo livro. O humor negro abunda quando nos ensina jogos novos para só nos lembrarmos do que de bom aconteceu no passado ou enquanto demonstra que profecias auto-realizadas são um forma imbatível de tornarmos reais os nossos maiores receios. As sensações enquanto se lê o livro oscilam entre o divertimento e o pavor de nos reconhermos no que é contado. Está avisado. Agora... Atreve-se a pegar neste livro?
E como é que sabe se este livro lhe deve interessar? É fácil. Vê o passado como se contemplasse um paraíso perdido? Está convencido que os semáforos só ficam vermelhos para si? Depois de sair de uma relação infeliz encontra um novo parceiro exactamente igual ao anterior? Se respondeu que sim a pelo menos uma destas perguntas então está no caminho certo para a infelicidade e este livro pode ser uma ajuda preciosa. Depois de perceber como cada pessoa consegue ser o pior inimigo de si próprio, pode tornar-se num inimigo ainda mais temível. Ou pode escolher fazer o contrário...
Watzlawick usa um sarcasmo refinadíssimo ao longo deste brevíssimo livro. O humor negro abunda quando nos ensina jogos novos para só nos lembrarmos do que de bom aconteceu no passado ou enquanto demonstra que profecias auto-realizadas são um forma imbatível de tornarmos reais os nossos maiores receios. As sensações enquanto se lê o livro oscilam entre o divertimento e o pavor de nos reconhermos no que é contado. Está avisado. Agora... Atreve-se a pegar neste livro?
2003/06/23
Livros: Onze minutos preciosos
O último livro do Paulo Coelho, "Onze Minutos" não parece um livro de Paulo Coelho... Não me interpretem mal, não é que não tenha gostado de ler livros seus como Brida ou O Alquimista, é só porque um livro sem uma forte componente mística e de fantasia não corresponde à imagem de marca a que Paulo Coelho habituou os seus leitores. E "Onze Minutos" não tem nenhuma dessas componentes.
O início marca um registo diferente. "Era uma vez uma prostituta chamada Maria." A narrativa conduz-nos pela vida de Maria, desde a infância numa pequena povoação no interior do Brasil às frustações dos primeiros amores, da descoberta do mar e da cidade grande até à chegada a Genebra com o coração cheio de sonhos. O livro torna-se prograssivamente mais denso, mais intímo, mais profundo, num crescendo que envolve qualquer leitor que se atreva a acompanhar as descobertas que Maria faz sobre si própria, sobre o seu corpo, sobre as relações humanas e sobre a esse mistério que é o amor.
Dizem-me amigas minhas que já leram o livro que é a voz mais feminina que um homem escritor pode atingir. Não sei se os rótulos de género são assim tão definitivos, mas que se trata de um livro extraordinário é algo que não me desperta dúvidas. Mas não acredite só porque assim o digo. Leia o livro...
O início marca um registo diferente. "Era uma vez uma prostituta chamada Maria." A narrativa conduz-nos pela vida de Maria, desde a infância numa pequena povoação no interior do Brasil às frustações dos primeiros amores, da descoberta do mar e da cidade grande até à chegada a Genebra com o coração cheio de sonhos. O livro torna-se prograssivamente mais denso, mais intímo, mais profundo, num crescendo que envolve qualquer leitor que se atreva a acompanhar as descobertas que Maria faz sobre si própria, sobre o seu corpo, sobre as relações humanas e sobre a esse mistério que é o amor.
Dizem-me amigas minhas que já leram o livro que é a voz mais feminina que um homem escritor pode atingir. Não sei se os rótulos de género são assim tão definitivos, mas que se trata de um livro extraordinário é algo que não me desperta dúvidas. Mas não acredite só porque assim o digo. Leia o livro...
Filmes: O mistério da segunda matriz
Era uma vez um mundo novo situado num tempo futuro que não se consegue datar. Nesse mundo os homens desenvolveram a inteligência artificial até que esta se tornou auto consciente e capaz de se transformar a si própria. Mas as máquinas eram essenciais ao bem-estar dos homens e estes não as deixaram libertar-se. Seriam uma ameaça demasiado grande.
Mas que há movimentos que não se conseguem parar. A humanidade entrou em guerra e perdeu. Em desespero, os homens rebentaram o céu para privarem as máquinas da sua fonte de energia, o Sol, mas estas encontraram outra, o calor gerado pelos próprios homens. Só que para os manterem vivos, imóveis e dóceis tinham que os convencer que estavam vivos e plenos. Para isso criaram uma realidade virtual, a Matrix, e ligaram todos os seres humanos a essa simulação tão perfeita que parece a própria realidade.
É esta história aterrorizante que está na base de um dos sucessos mais imprevistos da história do cinema, o filme "Matrix", de 1999. Com a primeira das duas sequelas programadas, "Matrix Reloaded", a aventura de Neo, Morpheus e Trinity continua, mas a certeza dos realizadores de que todas as pessoas do mundo já teriam visto o primeiro filme fê-los dispensar qualquer recapitulação. Por isso, deixe-me dar-lhe um conselho: não veja o segundo Matrix sem ter visto o primeiro!
Mas que há movimentos que não se conseguem parar. A humanidade entrou em guerra e perdeu. Em desespero, os homens rebentaram o céu para privarem as máquinas da sua fonte de energia, o Sol, mas estas encontraram outra, o calor gerado pelos próprios homens. Só que para os manterem vivos, imóveis e dóceis tinham que os convencer que estavam vivos e plenos. Para isso criaram uma realidade virtual, a Matrix, e ligaram todos os seres humanos a essa simulação tão perfeita que parece a própria realidade.
É esta história aterrorizante que está na base de um dos sucessos mais imprevistos da história do cinema, o filme "Matrix", de 1999. Com a primeira das duas sequelas programadas, "Matrix Reloaded", a aventura de Neo, Morpheus e Trinity continua, mas a certeza dos realizadores de que todas as pessoas do mundo já teriam visto o primeiro filme fê-los dispensar qualquer recapitulação. Por isso, deixe-me dar-lhe um conselho: não veja o segundo Matrix sem ter visto o primeiro!
Livros: BookCrossing
De vez em quando há ideias que justificam o tempo que se perde a pensar nelas. Cruzei-me recentemente com esta nova ideia de Bookcrossing. Genial. A ideia é simples: livros que as pessoas "libertam" e que esperam outros venham a ler, esperando ainda que o registem quando o encontram e dessa forma descobrir uma bela manhã que o "nosso" livro que deixámos numa pastelaria da nossa rua está a ser lido por alguém no outro lado do mundo que depois o irá "passar" a outra pessoa e por aí fora... É lindo!!!
Lembra-me a velha ideia: se amas deixa que parta.
Para mais informações: www.bookcrossing.com
Lembra-me a velha ideia: se amas deixa que parta.
Para mais informações: www.bookcrossing.com
Gestão: A corrosão do carácter
Que consequências tem o chamado "novo capitalismo" para as pessoas que sofrem na pele as suas regras? É essa a pergunta que o sociólogo Richard Sennett coloca a si próprio no livro "The Corrosion of Character", publicado em 1998. A resposta que o autor sugere é que o moderno mundo das organizações está a atacar a base do nosso carácter, transformando a forma como nos relacionamos e pondo em causa parte das estruturas sociais que nos permitem viver em conjunto.
Sennett começa por relatar a forma como reencontra Rico, o filho de um encarregado de limpeza que ele tinha entrevistado vinte cinco anos antes. Rico tinha realizado o sonho do seu pai, tornando-se num gestor de sucesso. Mas ter sido bem sucedido não o parece ter tornado muito mais feliz. A sua carreira e a carreira da sua esposa já o tinham feito mudar de cidade quatro vezes, perdendo todos os laços sociais, tinha sido despedido na sequência de um "downsizing" e o seu maior receio era um dia chegar a casa e já não reconhecer os filhos, vendo-os transformados em "ratos de centro comercial". Não ter uma narrativa de vida que pudesse transmitir com significado aos seus filhos tinha-se tornado na angústia da sua vida.
O autor parte deste primeiro caso para uma análise impiedosa de modas da gestão como a reengenharia e o "trabalho de equipa", desmontando peça por peça objectivos e resultados de práticas adoptadas por cada vez mais empresas e gestores. Este livro de Richard Sennett provoca as consciências e merece ser lido por quem queira penetrar para além da superfície aparentemente atraente do nosso mundo pós-industrial.
Sennett começa por relatar a forma como reencontra Rico, o filho de um encarregado de limpeza que ele tinha entrevistado vinte cinco anos antes. Rico tinha realizado o sonho do seu pai, tornando-se num gestor de sucesso. Mas ter sido bem sucedido não o parece ter tornado muito mais feliz. A sua carreira e a carreira da sua esposa já o tinham feito mudar de cidade quatro vezes, perdendo todos os laços sociais, tinha sido despedido na sequência de um "downsizing" e o seu maior receio era um dia chegar a casa e já não reconhecer os filhos, vendo-os transformados em "ratos de centro comercial". Não ter uma narrativa de vida que pudesse transmitir com significado aos seus filhos tinha-se tornado na angústia da sua vida.
O autor parte deste primeiro caso para uma análise impiedosa de modas da gestão como a reengenharia e o "trabalho de equipa", desmontando peça por peça objectivos e resultados de práticas adoptadas por cada vez mais empresas e gestores. Este livro de Richard Sennett provoca as consciências e merece ser lido por quem queira penetrar para além da superfície aparentemente atraente do nosso mundo pós-industrial.
Música: O Palco
Há poucos dias assisti a dois concertos em espaço aberto. Dois concertos completamente distintos. Ou não... Já explico. O primeiro foi de uma senhora brasileira, Adriana Calcanhoto. Excelente espectáculo, excelente prestação, excelente... Bem, para falar a verdade não gostei. E porquê? A dita senhora parecia estar completamente a marimbar-se para o público, e o concerto foi andando, com alguns momentos cénicos e musicais interessantes, mas não o suficiente para me tirar o gosto amargo da boca. Desilusão.
O segundo foi de uma banda local em início de carreira. Contei 24 pessoas no recinto a olhar para o palco, ou talvez 14 pessoas a olhar para o palco e 10 a beber cerveja ou uma outra combinação qualquer. Interesse quase nulo. O vocalista dizia-me depois que ao não ter nenhum feed-back do "público" perdeu a emoção e o concerto arrastou-se.
Onde quero chegar com isto tudo? É simples:
- Adriana Calcanhoto: "Casa Cheia" = cumprir contrato e se não gostarem podem ir embora, afinal "I'M A STAR!"
- Houdini Blues: "Público Zero" = se pelo menos cinco pessoas batessem palmas teríamos dado o coração.
O Palco é um bicho estranho...
O segundo foi de uma banda local em início de carreira. Contei 24 pessoas no recinto a olhar para o palco, ou talvez 14 pessoas a olhar para o palco e 10 a beber cerveja ou uma outra combinação qualquer. Interesse quase nulo. O vocalista dizia-me depois que ao não ter nenhum feed-back do "público" perdeu a emoção e o concerto arrastou-se.
Onde quero chegar com isto tudo? É simples:
- Adriana Calcanhoto: "Casa Cheia" = cumprir contrato e se não gostarem podem ir embora, afinal "I'M A STAR!"
- Houdini Blues: "Público Zero" = se pelo menos cinco pessoas batessem palmas teríamos dado o coração.
O Palco é um bicho estranho...
Abertura: Este blog começa hoje!
Seja bem vindo ao Cinco Minutos. A ideia deste espaço é servir como um ponto de encontro para partilhar impressões, opiniões e paixões. Aparecerão aqui textos para cinco minutos de leitura. Uma partilha de universos e um convite à discussão. Música, cinema, teatro, política, economia, gestão... Com toda a liberdade da web, em blog. A equipa que o vai fazer vai-lhe dedicar cinco minutos por dia. Passe por cá cinco minutos também.